domingo, 16 de dezembro de 2007

Instante fantástico!


As mãos entrelaçadas começavam a não mais se sentir. Sentiam, num momento, um espaço vazio entre si. Noutro, uma sentia-se de dorso para a outra, embora os dedos permanecessem entrelaçados. Um formigamento intenso nas extremidades do corpo se instalara. O ar entrando e saindo, lentamente fora ficando escasso. As imagens, as frases e as memórias também, cada vez mais escassas. Eu, apenas observando. Quando a mente se aquietou, chuvas e mais chuvas de vibrações muito sutis, como que de formigamentos de frequência fina, porém razoávelmente intensa, começaram a trespassar o corpo. Já havia, há muito, experimentado essa sensação durante orações ou passes de centro espírita... mas como esta, nunca! Foi algo realmente excepcional! Até aqui, tudo bem. A personalidade estava gostando muito disso tudo. As costas doíam um pouco, o pescoço, mas tudo estava muito agradável, mesmo que a respiração estivesse ficando mais e mais curta, e inclusive como que sendo forçada a soltar mais e mais ar do que inspirar. E como estava muito bom, pude continuar ali, observando.

Até que chegou o momento em que a energia vertida sobre meu corpo estava tão intensamente vibrante que, eu estando ali, tão completamente presente, focado, sem pensamentos naquele exato instante, a respiração se suprimiu por uns dois ou três segundos. Já que a energia me banhava tão fortemente, para quê respirar? Não precisava! Nesse exato instante de dois ou três segundos sem respiração, apagaram-se as luzes da mente. Era essa a sensação... Como se a mente fosse um espaço, um ambiente, uma câmara pela qual costumam passar e se alojar por uns tempos os nossos pensamentos, mas que, naquele momento tivesse sido simplesmente apagada. "Pronto! Não há mente agora". Aí sim, o assombro se instalou, por três ou quatro segundos, em que não havia mente, mas EU, eu estava ali! Eu estava ali, completamente presente, completamente consciente; mais que acordado! Como!!?? Foi realmente um assombro! Então foi que a personalidade já não se sentiu mais tão agradável. Como se começasse a sentir medo de ser aniquilada. "-Opa, opa, opaaaaa.... vooolta, volta, voooltaaaaaa!!!!" E foi assim que voltei a respirar ofegantemente, tal foi o susto que tomei...
(experiência vivida em 12/11/2007 - segunda-feira)

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